A última vez que escrevi aqui – na verdade, a última vez que
postei aqui – foi em 2012, logo que comecei a faculdade. Acho que não fazia nem
um mês...
De lá pra cá, escrevi e reescrevi diversos textos, porém
sempre esquecia de publicá-los.
Alguns textos eram felizes e outros nem tanto. Engraçado que ao ler o que disse há três anos atrás, me lembrei muito bem do meu primeiro dia de aula e depois de toda a euforia e alegria que me dominava. Falava que ter começado Artes era a coisa mais certa que já tinha feito na vida...e mal sabia eu que a única certeza que tive era de que não tinha certeza de nada.
Alguns textos eram felizes e outros nem tanto. Engraçado que ao ler o que disse há três anos atrás, me lembrei muito bem do meu primeiro dia de aula e depois de toda a euforia e alegria que me dominava. Falava que ter começado Artes era a coisa mais certa que já tinha feito na vida...e mal sabia eu que a única certeza que tive era de que não tinha certeza de nada.
Quando comecei, era basicamente eu mesma que acreditava em
mim. Eu mesma que tinha fé de que conseguiria chegar ao fim e me incentivava.
Durante o percurso, conquistei o incentivo de outros...esses outros que depois,
já do meio pro final, me ajudavam a terminar o curso.
Ouvi muitas vezes a frase “esses três anos vão passar
rápido, você vai ver! Vai até sentir falta”. Discordo. Eles não passaram
rápido. Foram longos e cansativos. Foram cheios de choro, raiva e tristeza.
Conheci pessoas de bom coração e mau caráter. Ali, bem na minha frente e eu não
podia fazer nada. Não podia sair gritando e apontando que aquilo era
errado...porque o mundo não é justo. Conheci a intolerância tanto no transporte
público, quanto na sala de aula de um curso de futuros professores.
Entrei no ritmo estressante que é São Paulo, a ponto de
adquirir doenças e entrar em medicação pesada. A ponto de ficar tão estressada
com o ser humano que desejei ter porte de arma para poder matar e alegar
legitima defesa da minha paz mental.
Descobri também que existem amigos que você sabe que levará
para vida toda, ou pelo menos, por boa parte dela.
Descobri que existe amizade e companheirismo onde você
achava que já não existia mais nada. E isso me deu esperanças de prosseguir.
Descobri que quando você está pra baixo, aprende a dar valor
para as pequenas coisas alegres e sempre tenta ser gentil.
Aprendi a ser uma atriz, porque ser cordial apenas não basta
neste mundo cão. Você tem que se tornar um ator e um político para poder
sobreviver, caso contrário, você está perdido.
Aprendi também que você pode ser melhor que muita gente, mas
não precisa ficar divulgando aos quatro ventos isso. E quem é bom de verdade,
todos percebem com o tempo e quem não é só sabe gritar mais alto.
Vi que não adianta chorar e espernear, que a segunda feira
vai chegar,quer queira, quer não. E te falo, que as semanas com feriados eram
sagradas. Comecei a ficar sem paciência para reclamações menores, como “nossa,
o cabo do meu celular não alcança até a cama”, ou “tenho 18 anos e meu pai não
me deu dinheiro pro lanche da escola”, até porque, tudo isso se resolveria com
um simples trabalho. Ou uma boa dose de semancol – ou uns tapas na cara.
E que idade não significa maturidade e nunca significará. Já
achava isso, mas depois da faculdade, vi muita gente de 40 anos ter atitude de
15 e muita gente de 20 ter atitude de 60.
Foi na faculdade que descobri o gosto que tenho pela vida
acadêmica e a possibilidade de poder dar continuidade aos meus estudos.
Foi fazendo minha monografia que vi que um trabalho de
conclusão de curso não é um bicho de sete cabeças se você tem organização e
dedicação e que pode ser a porta para uma possível entrada no mestrado.
E que por falar na monografia, no dia em que fui retirá-la
na gráfica, eu chorei. Chorei copiosamente porque todo o sofrimento que passei,
toda a raiva, estresse, alegrias e sufoco me atravessaram e se transformaram em
lágrimas.
Te falo que foram três longos anos que se findam. E espero
que os que estão por vir, sejam melhores que esse.